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Moody’s retira a nota máxima de crédito dos EUA pela primeira vez em décadas

Moody’s retira a nota máxima de crédito dos EUA pela primeira vez em décadas

A agência de classificação de risco Moody’s surpreendeu o mercado e rebaixou a nota de crédito de longo prazo dos Estados Unidos, de Aaa para Aa1, gerando apreensão nos mercados financeiros e reacendendo o debate entre analistas e economistas.

Para a Moody’s, o rebaixamento reflete o contínuo agravamento da situação fiscal do país. A perspectiva foi revisada de negativa para estável, indicando que, embora os EUA ainda mantenham fundamentos institucionais e econômicos sólidos, a piora das dinâmicas de endividamento não pode mais ser ignorada.

O corte é simbólico, já que os Estados Unidos ocuparam por décadas o topo da escala da Moody’s. A agência destacou o crescimento acelerado da dívida federal e o aumento expressivo dos pagamentos de juros, que hoje superam largamente os níveis observados em outras nações com classificação semelhante.

A Moody’s afirmou em comunicado que diversas administrações e o Congresso falharam em adotar medidas eficazes para reverter a trajetória de déficits fiscais elevados e o consequente aumento dos custos com juros.

As projeções indicam que, até 2035, o déficit fiscal norte-americano poderá atingir 9% do PIB, contra 6,4% em 2024. No mesmo período, a dívida pública pode chegar a 134% do PIB, com os encargos de juros consumindo até 30% da receita federal.

Apesar do rebaixamento, a Moody’s ressaltou que a mudança não representa perda de confiança na força das instituições americanas nem na estrutura da política monetária conduzida pelo Federal Reserve.

A agência destacou que os EUA mantêm vantagens excepcionais de crédito, como o tamanho, a resiliência e o dinamismo de sua economia, além do papel do dólar como principal moeda de reserva global.

Ainda assim, a Moody’s alertou que as pressões fiscais pesam sobre o perfil de crédito do país. Embora o risco de uma crise financeira aguda permaneça baixo — devido à forte demanda por títulos do Tesouro —, a possibilidade de retorno à nota máxima dependerá da “implementação de reformas fiscais que desacelerem significativamente e, eventualmente, revertam a deterioração na sustentabilidade da dívida e nos déficits fiscais.

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