O que está acontecendo com os preços do petróleo? O petróleo bruto atingiu um pico em 23 de junho, mas, em seguida, devolveu parte dos ganhos. Essa volatilidade reflete a escalada do conflito militar no Oriente Médio. Os temores dos investidores aumentaram após os ataques dos EUA ao Irã, já que tais ações podem gerar interrupções significativas no abastecimento global de energia vindo da região.

No início desta semana, os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em agosto subiram 2,4%, para US$ 79,00 por barril, enquanto os futuros do WTI avançaram 2,5%, para US$ 73,84. Ambos os contratos chegaram a subir até 4%, atingindo máximas de quatro meses — com o Brent tocando brevemente os US$ 81. No entanto, a euforia durou pouco.

O petróleo devolveu parte dos ganhos na sequência da incerteza sobre os próximos passos do Irã. A ausência de uma posição clara da Casa Branca quanto à escalada com Teerã adicionou mais tensão aos mercados.

Para contextualizar, no fim de semana, Washington realizou uma série de ataques a três instalações nucleares iranianas. A ação provocou uma reação imediata da liderança iraniana, que respondeu com ameaças de retaliação. No dia 23 de junho, o Irã retomou os ataques contra Israel, e os dois lados passaram a trocar bombardeios.

Além disso, autoridades iranianas consideram bloquear o Estreito de Ormuz como resposta às ações de Israel e dos EUA. Analistas alertam que essa medida poderia interromper uma das principais rotas marítimas do mundo, afetando seriamente o fluxo de petróleo e gás.

O acirramento das tensões entre Teerã e Washington também levanta o risco de uma escalada rumo a um confronto militar direto. Uma possibilidade concreta é que os EUA imponham novas sanções ao setor de petróleo iraniano, comprometendo ainda mais suas exportações para mercados da Ásia e da Europa.

De acordo com analistas do ANZ, os ataques dos EUA ao Irã "representaram uma escalada significativa do conflito". Nesse cenário, os especialistas preveem que os preços do petróleo possam permanecer na faixa de US$ 90 a US$ 95 por barril.

Diante desse quadro, cresce a probabilidade de o Irã efetivamente interromper o fluxo de petróleo no Oriente Médio, especialmente através do Estreito de Ormuz. A já delicada situação se agrava com o risco de novas sanções por parte dos EUA. Nessas condições, as chances de sucesso nas negociações nucleares entre Washington e Teerã parecem cada vez mais remotas, concluem os analistas do ANZ.