Jerome Powell evita cortes nas taxas, prevendo aumento da inflação
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que a inflação nos Estados Unidos deve voltar a ganhar força até o final do verão. A projeção foi feita após o banco central americano decidir não cortar os juros, contrariando novamente os apelos do presidente Donald Trump.
A tensão entre os dois líderes — econômico e político — se intensificou. Powell atribuiu o possível aumento da inflação às tarifas impostas pela Casa Branca, destacando que essas medidas têm impacto direto sobre os preços ao consumidor. “No fim das contas, alguém tem que pagar pelos custos das tarifas — e parte disso recai sobre o consumidor final”, declarou. Segundo ele, a inflação pode reacender nos próximos meses.
Na reunião de política monetária dos dias 17 e 18 de junho, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano, citando um leve aumento nos índices de inflação. Assim, o Fed voltou a ignorar os insistentes pedidos de Trump por cortes na taxa — o que levou o presidente a chamar Powell publicamente de “idiota”.
O Federal Reserve chegou a reduzir os juros em algumas ocasiões ao longo de 2024. No entanto, desde a posse de Trump, a autoridade monetária adotou uma postura mais cautelosa, mantendo as taxas inalteradas. No comunicado de janeiro — e reforçado agora em junho —, o Fed destacou que tanto o mercado de trabalho quanto os índices inflacionários permanecem estáveis.
Desde abril, o banco central vem apontando a guerra comercial iniciada por Trump como um dos principais vetores de pressão inflacionária. Para muitos analistas, esse ambiente de tarifas e tensões comerciais já começa a ser encarado como parte da nova normalidade econômica dos Estados Unidos.