Guerra comercial entre EUA e China pode aliviar a inflação na Europa, afirma o BCE
De acordo com analistas do Banco Central Europeu, a guerra comercial em curso entre os Estados Unidos e a China pode, na verdade, ajudar a conter a inflação na Europa. Embora isso possa parecer uma afirmação incomum, os especialistas do BCE veem potenciais benefícios. Um cenário assim pode não estar tão distante.
Os economistas do banco argumentam que, se a China redirecionar suas exportações dos EUA para a Europa, a competição ampliada poderia pressionar os preços para baixo em toda a zona do euro. Essa tendência seria reforçada por uma desvalorização do yuan, tornando os produtos chineses mais baratos e atraentes para os importadores europeus.
Os analistas do BCE afirmam que produtos importados mais baratos podem ajudar a desacelerar o crescimento dos preços, especialmente em bens de consumo não alimentares. A queda esperada poderia reduzir a inflação nesse setor em 0,5 pontos percentuais, com a inflação geral caindo 0,15 pontos percentuais. "Primeiro, a composição das exportações chinesas para os Estados Unidos e para a zona do euro é similar, fazendo da zona do euro uma alternativa natural. Segundo, os vínculos estabelecidos nas cadeias de suprimentos, que se expandiram desde a última guerra comercial China-EUA, e as contínuas atualizações industriais na China facilitam a redirecionamento dos fluxos comerciais", observa o BCE.
Os setores mais propensos a sentir o impacto são vestuário, eletrônicos e móveis. Além disso, a crescente importação chinesa por meio de marketplaces online deve aumentar ainda mais a pressão sobre os preços.
Anteriormente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, respondeu às ameaças dos EUA de sanções secundárias sobre as compras de petróleo russo reafirmando o compromisso da China com sua própria segurança energética. "A China tomará medidas razoáveis de salvaguarda energética de acordo com seu próprio interesse nacional. Não há vencedores em uma guerra tarifária, e coerção e pressão não resolverão problemas", acrescentou o oficial.