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Bloomberg alerta que tarifas de Trump podem provocar um choque tardio e ameaçar o crescimento global

Bloomberg alerta que tarifas de Trump podem provocar um choque tardio e ameaçar o crescimento global

Analistas alertam que a perspectiva continua nebulosa, e permanece a incerteza sobre o quanto a situação ainda pode piorar.Alguns acreditam que o pior já passou, enquanto outros argumentam que os efeitos mais graves ainda estão por vir. Desde o choque tarifário provocado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em abril, a economia global tem demonstrado uma resiliência maior do que muitos previam. No entanto, como observa a Bloomberg, o capítulo mais relevante pode ainda não ter começado: o impacto real das interrupções comerciais costuma ocorrer com atraso, o que significa que os efeitos mais intensos ainda podem estar por vir.

Com tarifas médias em torno de 15%, os Estados Unidos continuam a impor ao mundo as maiores barreiras comerciais desde a década de 1930, mantendo os mercados globais em constante estado de alerta.

Segundo Raghuram Rajan, ex-presidente do Banco Central da Índia e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, os EUA podem desencadear um “grave choque de demanda”. Em resposta, diversos bancos centrais já cogitam cortar suas taxas de juros para compensar os impactos econômicos do aumento dos custos de importação.

Embora a maioria dos países já tenha chegado a acordos tarifários com os EUA, algumas medidas surpreenderam o mercado, como a tarifa de 39% sobre produtos suíços e o aumento para 35% nas tarifas sobre determinadas importações canadenses.

Caso as novas tarifas anunciadas entrem em vigor nos próximos dias — e os acordos sobre automóveis com a União Europeia, Japão e Coreia do Sul permaneçam intocados — a tarifa média aplicada pelos EUA deve subir para 15,2%, ante os atuais 13,3%.

A Bloomberg Economics alerta que esse salto nas tarifas pode reduzir o PIB dos EUA em até 1,8% e elevar a inflação subjacente em 1,1% ao longo dos próximos três anos.

Em reação às novas ameaças tarifárias, os mercados asiáticos recuaram 0,7%. O índice europeu STOXX 600 caiu mais de 1%, enquanto os futuros do S&P 500 também recuaram quase 1%. Apesar disso, as quedas foram menos intensas do que aquelas observadas em abril.

A incerteza em torno da política tarifária continua elevada. A Casa Branca estaria avaliando a aplicação de tarifas adicionais sobre produtos farmacêuticos, semicondutores, minerais críticos e outros bens industriais nos próximos meses.

Esse cenário tumultuado complicou significativamente o rumo da política monetária do Federal Reserve. Após manter os juros entre 4,25% e 4,50%, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central responderá de forma apropriada caso a inflação se mostre mais persistente por conta do repasse de custos aos consumidores.

Muitos analistas alertam que os efeitos da ofensiva tarifária de Trump podem levar tempo para se concretizar. Segundo a Bloomberg, o impacto tende a se desenrolar de maneira gradual, em vez de causar uma retração imediata. A Casa Branca, por sua vez, espera gerar receita com as tarifas, reduzir o déficit comercial e incentivar a repatriação de cadeias produtivas. Nesse contexto, tanto empresas quanto consumidores devem se preparar para custos mais altos.

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