O dólar americano enfrenta dificuldades em meio a uma recessão prolongada, mas analistas prevêem dias melhores à frente
A moeda dos Estados Unidos atravessa uma fase ruim. Analistas observam que o período negativo para o dólar não mostra sinais de término, e as tentativas de recuperação têm se mostrado pouco convincentes. Ainda assim, o otimismo persiste. Estrategistas de câmbio da Capital Economics afirmam que o dólar está preparado para uma recuperação, que pode se concretizar antes do final do ano, impulsionada pelo alívio na incerteza sobre tarifas e por um diferencial de juros favorável aos Estados Unidos.
A Capital Economics sugeriu que a fraqueza do dólar no início de 2025 pode ter sido influenciada por uma rápida reavaliação das perspectivas econômicas e financeiras dos EUA em meio a mudanças políticas incomumente voláteis, com tensões no comércio global aumentando a pressão sobre a moeda. No entanto, com as tarifas sendo abordadas e a expectativa de que o Federal Reserve mantenha sua taxa básica, a relação entre diferenciais de juros e taxas de câmbio deve se restabelecer, ajudando o dólar a ganhar terreno.
Segundo a empresa, o enfoque político não convencional da administração Trump prejudicou a percepção dos EUA como porto seguro e dificultou a avaliação do dólar. Ainda assim, os participantes do mercado tornaram-se gradualmente menos reativos à retórica da administração, já que as políticas reais da Casa Branca têm sido geralmente menos radicais do que inicialmente temido.
Os analistas afirmam que a redução da incerteza sobre tarifas, aliada ao crescimento econômico constante dos EUA e ao bom desempenho do mercado de ações, deve sustentar uma recuperação moderada do dólar. Apoio adicional pode vir do Federal Open Market Committee (FOMC). A Capital Economics considera improvável que o Fed corte juros tão acentuadamente quanto o mercado espera, já que a inflação provocada por tarifas limita o ciclo de flexibilização monetária.
A empresa prevê que o aumento das pressões inflacionárias decorrentes das tarifas levará os responsáveis pela política monetária a adotar cautela diante de um afrouxamento excessivo. Ainda assim, uma desaceleração econômica significativa nos EUA ou um crescimento modesto da inflação poderia fortalecer a postura moderada do FOMC, o que poderia levar a cortes mais profundos e fazer o dólar recuar, concluiu a Capital Economics.