Medidas de Trump não abalam os mercados à medida que investidores se acostumam às mudanças de política
Uma dinâmica incomum vem se desenrolando nos mercados globais: muitos participantes parecem já estar acostumados aos movimentos imprevisíveis de Donald Trump e não reagem mais de forma tão intensa como antes.
Recentemente, o governo adiou por mais 90 dias a aplicação das tarifas mais duras até agora, um imposto de 145% sobre as importações de produtos chineses. A medida era esperada para dar fôlego aos investidores, mas não provocou nenhuma disparada significativa. Pelo contrário, os mercados permaneceram amplamente estáveis e, em alguns casos, até recuaram.
Na segunda-feira, 11 de agosto, os três principais índices acionários dos EUA registraram quedas modestas, resultado que não surpreendeu ninguém. Washington e Pequim já haviam sinalizado, com antecedência, a extensão da suspensão das tarifas, deixando pouco espaço para reações inesperadas. Os investidores já se habituaram aos zigues-zagues e às decisões súbitas de Trump, de modo que suas ameaças, promessas, críticas e elogios já não têm o mesmo impacto de antes.
Por exemplo, há poucos dias, o presidente elogiou a trajetória do CEO da Intel, Lip-Bu Tan, chamando-a de “uma história incrível de sucesso e conquista”. Apenas uma semana antes, porém, havia defendido publicamente sua demissão.
Nesta semana, em 12 de agosto, o Nikkei 225 do Japão e o S&P/ASX 200 da Austrália atingiram novas máximas históricas, com o índice australiano sendo impulsionado por um corte na taxa de juros promovido pelo Banco da Reserva da Austrália.