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O ouro segue ocupando posição de destaque nas reservas dos bancos centrais.

O ouro segue ocupando posição de destaque nas reservas dos bancos centrais.

Os bancos centrais ao redor do mundo acabam de fazer uma declaração rara e poderosa. Pela primeira vez em quase três décadas, eles detêm mais ouro do que títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

De acordo com a Bloomberg e o World Gold Council, as autoridades monetárias compraram mais de 1.000 toneladas de ouro em 2024, marcando o terceiro ano consecutivo de forte acumulação. Já não se trata de uma tendência, mas de um novo hábito financeiro global. A China, como era de se esperar, lidera o movimento: o Banco Popular da China vem ampliando suas reservas há onze meses seguidos, transformando o ouro em ativo estratégico e não apenas em um porto seguro.

Torsten Slok, economista-chefe da Apollo Global Management, observa que a China se tornou o motor da disparada do ouro. Os bancos centrais compram, os investidores seguem o movimento e a demanda das famílias reforça o impulso. O resultado é claro: o ouro sobe não por medo, mas por desejo. Todos querem fazer parte da nova corrida dourada. Atualmente, mais de 5.000 toneladas repousam nos cofres do Banco da Inglaterra.

O interesse pelo metal precioso também se reflete nos fundos de investimento. Os ETFs de ouro atingiram em outubro o maior nível dos últimos três anos. Com tanta demanda, não surpreende que o preço à vista tenha disparado. Em 10 de outubro, o ouro ultrapassou pela primeira vez os US$ 4.000 por onça troy, alcançando depois US$ 4.300. Na sequência, veio a inevitável correção: uma queda de 6% em um único dia, a mais acentuada em uma década. Todo ativo, afinal, precisa de fôlego.

Mesmo assim, o metal amarelo acumula valorização de cerca de 50% desde o início do ano. O Morgan Stanley Research já elevou sua projeção para US$ 4.400 por onça em 2026.

No fim das contas, os bancos centrais parecem ter chegado a uma conclusão simples. Em um mundo em que inflação, tensões geopolíticas e paralisações de governo se tornaram rotina, o velho ouro ainda se mostra mais confiável do que qualquer promessa de papel.

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