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06.05.2025 09:55 PM
O euro encerra sua consolidação e se prepara para subir novamente
A inflação na zona do euro permaneceu em 2,2% no comparativo anual em abril, um pouco acima da queda esperada para 2,1%. Enquanto isso a inflação básica aumentou de 2,4% para 2,7%, excedendo significativamente a previsão de 2,5%. O aumento mensal foi o mais alto em um ano, revelando que as pressões sobre os preços - principalmente no setor de serviços - continuam elevadas.

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A situação econômica tornou-se mais ambígua. O setor industrial surpreendeu com uma alta no PMI, que subiu de 48,6 para 49,0, contrariando as expectativas de leve queda. No entanto, a melhora ainda não foi suficiente para levar o índice à zona de expansão. Ao mesmo tempo, o PMI de serviços caiu para território contracionista pela primeira vez desde novembro, recuando de 51,0 para 49,7. Isso pode refletir, por um lado, a retração nos gastos dos consumidores em meio à baixa confiança e, por outro, o aumento das preocupações com uma possível guerra comercial.

Até o momento, a ameaça de uma guerra tarifária ainda não se refletiu nos dados do primeiro trimestre — o PIB cresceu 0,4%, aproximadamente em linha com as expectativas. No entanto, os riscos permanecem elevados, e o crescimento futuro tende a ser moderado.

Diante da demanda externa enfraquecida e da crescente ameaça protecionista, o Banco Central Europeu adotou uma postura dovish em sua reunião de abril, reduzindo a taxa de juros de referência de 2,50% para 2,25%. Ainda assim, o avanço da inflação subjacente introduz um elemento relevante de incerteza.

Antes da divulgação do relatório de inflação, o mercado precificava cortes de juros nas próximas três reuniões do BCE. O euro reagiu positivamente à expectativa de queda nos rendimentos, mantendo-se próximo das máximas frente ao dólar. Porém, o cenário mudou: a possibilidade de uma inflação persistentemente elevada pode levar o mercado a reavaliar suas projeções para os juros — o que poderia impulsionar uma nova valorização do euro.

O principal evento nos próximos dias será, provavelmente, o relatório do PIB do primeiro trimestre. Até lá, apenas o Fed — e a reação do mercado ao desfecho de sua reunião — tem potencial para gerar movimentos mais expressivos. Caso contrário, espera-se que o euro continue em consolidação, à espera de novos dados domésticos.

Posicionamento e perspectiva técnica

  • As posições líquidas de compra em euro aumentaram em €1,5 bilhão, atingindo €10,79 bilhões na semana do relatório - o que indica uma tendência de alta.
  • A estimativa do valor justo também voltou a subir após uma breve pausa.

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O par EUR/USD está atualmente em fase de consolidação após registrar sua maior alta em mais de três anos. A correção, até agora, tem sido moderada, com a cotação permanecendo acima da máxima anterior de 1,1233 — um sinal técnico de que há potencial para a continuidade do movimento de alta.

Muita coisa pode mudar após a reunião do FOMC nesta quarta-feira, mas, caso o resultado esteja amplamente em linha com as expectativas do mercado, o euro poderá ter uma boa chance de retomar sua trajetória ascendente — inicialmente rumo à resistência em 1,1574 e, em caso de rompimento desse nível, com possibilidade de avanço em direção à região de 1,2350 no longo prazo.

Kuvat Raharjo,
Analytical expert of InstaTrade
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