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02.06.2025 05:07 PM
Pílula de açúcar para o mercado

O melhor maio desde 1990 ameniza, mas não apaga frustrações. O desempenho mais forte em um mês de maio desde 1990 — e o melhor resultado mensal em um ano e meio — ajudou a suavizar parte da frustração dos mercados acionários dos EUA. No entanto, no acumulado do ano, o S&P 500 mostrou pouca evolução, ocupando apenas a 73ª posição entre 92 índices globais de ações monitorados pela Bloomberg.

Nos primeiros cinco meses, o índice registrou seu pior desempenho relativo frente ao MSCI All-Country World Index (excluindo os EUA) desde a década de 1990. E, para piorar, os padrões sazonais de junho não trazem muito alento: com o início do verão e da temporada de férias, é improvável que ocorram movimentos expressivos no mercado. Ainda assim, toda regra tem sua exceção.

S&P 500 diverge do índice global de ações

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Segundo pesquisa do UBS, estima-se que cerca de US$ 1,4 trilhão seja transferido dos Estados Unidos para a Europa nos próximos cinco anos — uma tendência que teve início em 2025. Entre os dez principais desempenhos no acumulado do ano, oito correspondem a índices de ações europeias. O EuroStoxx 600 superou o S&P 500 em impressionantes 19 pontos percentuais, considerando a conversão em dólares.

O principal motor dessa movimentação está nas transformações estruturais que ocorrem em ambos os lados do Atlântico. As políticas de Donald Trump têm causado inquietação e, em grande parte, se mostrado ineficazes:

  • Não houve uma solução rápida para a guerra na Ucrânia;
  • A Corte Internacional de Comércio considerou as tarifas ilegais;
  • A Moody's rebaixou a principal classificação de crédito dos EUA;
  • O Federal Reserve resistiu à pressão da Casa Branca;
  • E Elon Musk abandonou a ideia de uma grande redução do tamanho do governo federal.
  • Muitos erros corroeram a confiança no sistema americano.

Desempenho do índice de ações dos EUA vs. da Europa

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Em contrapartida, a Europa tem sido uma surpresa agradável. No início do ano, os investidores estavam cautelosos com as consequências da guerra comercial sobre a economia da zona do euro. Mas, graças à demanda antecipada de importações americanas, a Europa começou 2025 em alta. Acrescente-se a isso:

  • O estímulo fiscal da Alemanha,
  • O ciclo de flexibilização monetária do BCE, e
  • A falta de caos político como nos EUA,

— e você tem a situação perfeita para uma recuperação do mercado de ações.

Será que é de se admirar que o capital esteja fluindo do Novo Mundo para o Velho?

S&P 500 ainda no jogo.

Para ser claro, o S&P 500 não está disposto a desistir. A economia dos EUA continua resiliente, e o arrefecimento dos conflitos comerciais preparou o terreno para uma recuperação de 19% do índice de referência em relação às mínimas de abril. Atualmente, o índice está apenas 4% abaixo do recorde histórico registrado em fevereiro. Mas a reta final é sempre a mais difícil. Será que o índice conseguirá se recuperar?

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Trump está cortando o galho em que está sentado.

O presidente Trump continua a sabotar sua própria base econômica. Segundo ele, a China está violando os acordos comerciais com os EUA. Agora, planeja dobrar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, de 25% para 50% — uma notícia nada reconfortante para os investidores em ações.

Perspectiva técnica: gráfico diário do S&P 500

No gráfico diário, o S&P 500 segue em um cabo de guerra em torno do valor justo. Um rompimento abaixo de 5.840 aumentaria o risco de ativar um padrão de reversão de baixa 1-2-3, abrindo espaço para vendas. Por outro lado, um rompimento acima do ponto 3, perto de 5.945, poderia ser interpretado como um sinal de compra.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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