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Nada é eterno. Enquanto os mercados avançam gradualmente, os investidores acompanham de perto a disputa entre as empresas mais valiosas do mundo. NVIDIA e Microsoft se revezam na liderança, enquanto a Apple permanece, sem esperança, em terceiro lugar. A Tesla tem o pior desempenho entre os "Sete Magníficos" — o que não é surpresa, dado o recente confronto entre Donald Trump e Elon Musk. No entanto, a história mostra que as estrelas de ontem acabam desaparecendo.
Há um quarto de século, as ações da Cisco Systems eram consideradas indispensáveis em qualquer carteira de investimentos. No entanto, desde o pico alcançado em março de 2000, simplesmente deixar o dinheiro numa conta bancária teria gerado resultados melhores. As histórias desanimadoras da General Electric e da IBM — soberanas nas décadas de 1990 e 1980, respectivamente — sugerem que o reinado da NVIDIA também pode ser passageiro, especialmente agora que concorrentes chineses de peso surgem no horizonte.
Trump impôs restrições à exportação de softwares e chips para a China com o objetivo de manter o gigante da tecnologia no trono. A suspensão dessas restrições, em troca de um possível afrouxamento por parte de Pequim nos controles de exportação de terras raras, tornou-se um dos principais temas das negociações comerciais entre EUA e China em Londres. A continuidade do diálogo, a disposição da Casa Branca em fazer concessões e a observação do diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett — de que a reunião será breve — impulsionaram a alta do S&P 500.
O mercado está cada vez mais convencido de que o auge das tarifas já ficou para trás e que o pior passou. Somado aos fortes lucros corporativos e à resiliência da economia norte-americana, esse cenário sustenta a trajetória de alta do índice de ações mais amplo. Ainda assim, cresce a percepção de que a incerteza em torno da política econômica da Casa Branca precisa diminuir para que o rali do S&P 500 se prolongue e atinja novos recordes. Mas será que isso é possível com um presidente tão excêntrico?
Enquanto isso, os investidores se deparam com outro enigma. Os retornos dos títulos do Tesouro, das ações, da renda fixa corporativa e até mesmo do dinheiro estão convergindo. A diferença entre os ativos de maior e menor rendimento atingiu seu nível mais estreito em quatro décadas. Isso pode indicar que os ativos de risco estão menos atrativos do que o habitual — ou que os ativos considerados seguros já não oferecem tanta segurança. Ou, talvez, ambos os cenários sejam verdadeiros.
As políticas de Trump estão remodelando não apenas o comércio global, mas também os mercados financeiros. Tecnicamente, o S&P 500 mantém sua recuperação no gráfico diário, avançando em direção ao nível de pivô em 6060 pontos. A superação desse patamar será decisiva para o destino do índice amplo. Um rompimento bem-sucedido dessa resistência-chave justificaria o aumento das posições de compra a partir do nível de 5945 pontos. Por outro lado, um recuo poderia ser sinal para realizar lucros e considerar a venda.