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01.08.2025 05:48 PM
Trump Abala os Mercados. Relatório de Emprego dos EUA Ganha Destaque (EUR/USD e AUD/USD Podem Retomar Queda)

O presidente dos Estados Unidos continua sendo a principal fonte mundial de manchetes que movimentam os mercados, provocando oscilações nas bolsas em ambas as direções.

Na quinta-feira, os participantes do mercado reagiram rapidamente à vitória pessoal de Donald Trump sobre a Coreia do Sul em matéria tarifária, precificando os benefícios para os EUA e as desvantagens para os sul-coreanos. A notícia impulsionou a demanda por ações, commodities e matérias-primas, além de uma valorização moderada do dólar americano. No entanto, como diz o ditado, a música não durou muito. O otimismo se dissipou rapidamente após a mídia lembrar aos investidores que o dia 1º de agosto se aproximava — e, até então, Trump ainda não havia firmado acordos com outros parceiros economicamente fortes e influentes, como China e Índia, que fornecem uma ampla gama de bens essenciais aos EUA.

Ontem, Trump agravou ainda mais a situação ao ameaçar não apenas China e Índia, mas também o Brasil com tarifas elevadas. Ele também intimidou esses países — enquanto membros do BRICS — com sanções punitivas, com foco especial sobre brasileiros e indianos. Naturalmente, os mercados não ignoraram essa nova rodada de confrontos dos EUA com nações resistentes, o que resultou em uma correção nas bolsas americanas, seguida por quedas nesta manhã na região Ásia-Pacífico.

E embora nada disso tenha sido inesperado, os participantes do mercado — assim como analistas políticos — agora acompanham atentamente os desdobramentos globais, reconhecendo que tais mudanças geopolíticas são atualmente os principais impulsionadores do sentimento dos investidores. A onda de negatividade promovida por Trump minou o entusiasmo altista dos traders.

No momento da redação deste texto, os índices asiáticos apresentam desempenho negativo, assim como os futuros dos índices europeus e americanos. É claro que a chegada do dia 1º de agosto, acompanhada pelas ameaças tarifárias do envelhecido hegemon, está pressionando os mercados — mas a questão é: por quanto tempo esse sentimento negativo vai durar?

A menos que Trump faça novas declarações sobre os "países desafiadores", é provável que o foco do mercado se volte gradualmente para temas mais específicos — entre eles, a divulgação do relatório de emprego dos EUA referente a julho. Segundo as previsões de consenso, o número de novos empregos no setor não agrícola deverá subir em 106 mil, abaixo dos 147 mil registrados no mês anterior. Além disso, a taxa de desemprego deve aumentar de 4,1% para 4,2%, enquanto os ganhos médios por hora devem crescer 3,8% na comparação anual (ante 3,7%) e 0,3% em julho (ante 0,2% em junho).

Outro dado relevante será o PMI industrial do mês passado, que deverá recuar abaixo do patamar simbólico de 50, para 49,5 — ante 52,9.

Como os mercados vão reagir a esta notícia?

Diante do renovado confronto dos EUA com potências produtoras, é provável que os investidores voltem suas atenções para os próximos relatórios econômicos norte-americanos. Caso os dados agravem o panorama atual, o mercado poderá começar a precificar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros pelo Federal Reserve já em setembro. Essa possível medida pode alterar o sentimento nos mercados e interromper — ou até reverter — a onda de vendas iniciada ontem.

Se o número de novos empregos vier um pouco acima do esperado, o dólar americano poderá encontrar um suporte local, fazendo com que o índice do dólar volte a superar o nível de 100,00, abaixo do qual se encontra no momento.

Esse desfecho também poderia trazer algum alívio ao mercado acionário, reduzindo as perdas acumuladas ontem e hoje, causadas pela nova — ainda que parcialmente antecipada — rodada de confrontos dos EUA com China e Índia.

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Previsão do dia

EUR/USD

O par permanece sob pressão negativa devido ao ônus econômico prospectivo sobre a UE imposto por seu suserano - os EUA - por meio de tarifas alfandegárias prejudiciais e do financiamento forçado da economia americana por meio de influxos maciços de investimento. Contra esse pano de fundo, e com a divulgação do relatório de emprego dos E.U., o par pode retomar sua queda em direção a 1,1300. Um nível de venda pode estar próximo de 1,1398.

AUD/USD

O par também está caindo devido à guerra comercial entre os EUA e a China, principal parceiro comercial da Austrália na região. O impacto negativo do conflito tarifário, aliado a um provável fortalecimento do dólar, pode levar o par a cair ainda mais, chegando a 0,6360. Um possível nível de venda está em 0,6416.

Pati Gani,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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