empty
 
 
26.08.2025 03:41 PM
Comer no Reino Unido ficou ainda mais caro
Enquanto a libra esterlina continua a perder terreno de forma constante frente ao dólar americano, os dados mais recentes mostram que os preços dos alimentos no Reino Unido subiram em agosto, atingindo o nível mais alto em 18 meses. Esse aumento foi impulsionado pelo clima adverso e colheitas fracas, o que aumentou a pressão sobre os supermercados, já sobrecarregados com altos custos operacionais.

This image is no longer relevant

Essa combinação de fatores adversos vem criando uma pressão crescente sobre os orçamentos das famílias britânicas. O aumento dos preços de itens essenciais, como pão, leite e vegetais, obriga os lares a reavaliar seus gastos e a cortar despesas em outras áreas, que vão do entretenimento ao vestuário. O impacto da inflação torna-se cada vez mais evidente, sobretudo para as famílias de baixa renda, nas quais a alimentação representa uma fatia significativa das despesas mensais.

Os efeitos, no entanto, não se restringem ao mercado interno. O clima adverso, que comprometeu colheitas, ameaça também o potencial de exportação do Reino Unido. A redução da produção pode resultar em menores volumes exportados, pressionando ainda mais a balança comercial. Além disso, a alta dos preços domésticos de alimentos pode ser transmitida a países importadores, potencialmente desencadeando um efeito dominó de inflação internacional.

Segundo o British Retail Consortium, a inflação dos alimentos avançou para 4,2% em termos anuais, alcançando o maior nível desde fevereiro de 2024, contra os 4% de julho. Produtos básicos como manteiga e ovos subiram de forma expressiva devido à forte demanda, à oferta limitada e ao aumento dos custos trabalhistas. Já o chocolate encareceu em razão das safras ruins que elevaram os preços globais do cacau.

Os varejistas alertam que a inflação dos alimentos pode chegar a 6% até o fim do ano, à medida que os preços sobem para compensar um acréscimo de £26 bilhões em impostos sobre folha de pagamento e o aumento de 6,7% no salário mínimo, em vigor desde abril. O setor pede ao governo que evite novas elevações tributárias no orçamento de outono.

O Banco da Inglaterra, que reduziu os juros neste mês, afirmou que a alta tributária está alimentando a inflação e o desemprego. Embora o surto inflacionário pós-pandemia tenha arrefecido na maioria das economias desenvolvidas, o Reino Unido segue registrando o avanço mais rápido dos preços entre as principais economias ocidentais.

Esse cenário também encontra reflexo no mercado cambial.

Análise técnica do GBP/USD:Os compradores da libra precisam retomar a resistência mais próxima em 1,3490. Somente assim será possível mirar em 1,3523, acima do qual um rompimento será difícil. O alvo máximo de alta é o nível 1,3560. Em caso de queda, os ursos tentarão assumir o controle em 1,3440. Se tiver sucesso, um rompimento abaixo dessa faixa prejudicaria seriamente as posições de alta e empurraria o GBP/USD para 1,3420, com perspectiva de estender o movimento até 1,3390.

Jakub Novak,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

Recommended Stories

Não pode falar agora?
Faça sua pergunta no chat.