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Essa combinação de fatores adversos vem criando uma pressão crescente sobre os orçamentos das famílias britânicas. O aumento dos preços de itens essenciais, como pão, leite e vegetais, obriga os lares a reavaliar seus gastos e a cortar despesas em outras áreas, que vão do entretenimento ao vestuário. O impacto da inflação torna-se cada vez mais evidente, sobretudo para as famílias de baixa renda, nas quais a alimentação representa uma fatia significativa das despesas mensais.
Os efeitos, no entanto, não se restringem ao mercado interno. O clima adverso, que comprometeu colheitas, ameaça também o potencial de exportação do Reino Unido. A redução da produção pode resultar em menores volumes exportados, pressionando ainda mais a balança comercial. Além disso, a alta dos preços domésticos de alimentos pode ser transmitida a países importadores, potencialmente desencadeando um efeito dominó de inflação internacional.
Segundo o British Retail Consortium, a inflação dos alimentos avançou para 4,2% em termos anuais, alcançando o maior nível desde fevereiro de 2024, contra os 4% de julho. Produtos básicos como manteiga e ovos subiram de forma expressiva devido à forte demanda, à oferta limitada e ao aumento dos custos trabalhistas. Já o chocolate encareceu em razão das safras ruins que elevaram os preços globais do cacau.
Os varejistas alertam que a inflação dos alimentos pode chegar a 6% até o fim do ano, à medida que os preços sobem para compensar um acréscimo de £26 bilhões em impostos sobre folha de pagamento e o aumento de 6,7% no salário mínimo, em vigor desde abril. O setor pede ao governo que evite novas elevações tributárias no orçamento de outono.
O Banco da Inglaterra, que reduziu os juros neste mês, afirmou que a alta tributária está alimentando a inflação e o desemprego. Embora o surto inflacionário pós-pandemia tenha arrefecido na maioria das economias desenvolvidas, o Reino Unido segue registrando o avanço mais rápido dos preços entre as principais economias ocidentais.
Esse cenário também encontra reflexo no mercado cambial.
Análise técnica do GBP/USD:Os compradores da libra precisam retomar a resistência mais próxima em 1,3490. Somente assim será possível mirar em 1,3523, acima do qual um rompimento será difícil. O alvo máximo de alta é o nível 1,3560. Em caso de queda, os ursos tentarão assumir o controle em 1,3440. Se tiver sucesso, um rompimento abaixo dessa faixa prejudicaria seriamente as posições de alta e empurraria o GBP/USD para 1,3420, com perspectiva de estender o movimento até 1,3390.