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Os investidores aguardam a divulgação dos índices PCE. Caso os números venham mais fracos do que o previsto — e especialmente abaixo das leituras anteriores —, sinalizando uma desaceleração da inflação, o dólar provavelmente retomará sua trajetória de queda. Por outro lado, uma sequência de dados macroeconômicos positivos nos EUA, aliada aos riscos persistentes de um novo aumento da inflação, tem sustentado a força da moeda. Assim, tanto uma nova queda quanto a continuação da correção de alta permanecem possíveis.
Enquanto isso, o mercado de criptomoedas segue em correção, em parte devido ao fortalecimento do dólar. Ontem, por exemplo, o Ethereum (ETH) caiu abaixo de 3.900,00 pela primeira vez desde o início de agosto, e o Bitcoin recuou para abaixo de 109.000,00, atingindo seu nível mais baixo desde 3 de setembro.
Entre os motivos para a queda, os analistas destacam a incerteza sobre os próximos passos do Fed em relação às taxas de juros e as liquidações em cascata de posições de margem, que ampliaram ainda mais o recuo.
O mercado de criptomoedas voltou a perder bilhões em capitalização, apesar de uma leve recuperação observada no início da semana.
Ainda assim, os investidores tentam manter o otimismo, na expectativa de que a instabilidade contínua continue a sustentar as criptomoedas como ativos de proteção. O desenvolvimento de regras legais claras também deverá contribuir para a sua adoção.
Entre os possíveis impulsionadores do crescimento, os especialistas do mercado de criptomoedas destacam:
Por enquanto, o chamado índice de "medo e ganância" está hoje em 51 (de 100), em território neutro: os investidores estão adotando uma postura de esperar para ver antes do relatório do PCE.
No entanto, o otimismo ainda predomina entre os especialistas em criptomoedas. Segundo eles, o Ethereum pode atingir US$ 7.500 e o Bitcoin, US$ 200.000 até o final do primeiro trimestre do próximo ano. Vale ressaltar que essa perspectiva depende da continuidade dos cortes nas taxas de juros pelo Fed. O Ethereum tem sido o principal impulsionador do crescimento do mercado fora do Bitcoin, refletido no aumento do interesse das empresas de investimento pelo ativo.
Conclusão
O evento-chave da sessão de negociações e do calendário econômico de hoje é a divulgação, às 12h30 GMT, dos índices PCE dos EUA, seguida do relatório da Universidade de Michigan, às 14h00 GMT, com a estimativa final do sentimento do consumidor e das expectativas de inflação. Esses indicadores podem confirmar a resiliência dos gastos do consumidor e definir o tom dos mercados para a próxima semana.Em seguida, os investidores voltarão sua atenção para o próximo relatório do Departamento de Trabalho dos EUA, previsto para a próxima sexta-feira às 12h30 GMT. O relatório trará os dados de emprego de setembro e poderá influenciar a tendência do dólar — e, consequentemente, dos principais pares de criptomoedas, até meados de outubro, quando serão divulgados novos dados de inflação nos EUA.
Como é amplamente conhecido, os números da inflação, juntamente com a dinâmica do mercado de trabalho e do PIB, são os principais indicadores que o Fed considera ao tomar decisões de política monetária.