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JPMorgan: economia dos EUA pode enfrentar turbulência como a do Reino Unido pós-Brexit

JPMorgan: economia dos EUA pode enfrentar turbulência como a do Reino Unido pós-Brexit

Analistas do JPMorgan estão em estado de alerta. Eles temem que a economia dos Estados Unidos esteja caminhando para um cenário de turbulência semelhante ao vivido pelo Reino Unido após o referendo do Brexit.

Com um tom irônico, os especialistas comentam que o presidente Donald Trump enxerga sua política comercial — uma mistura de ameaças e incentivos — como uma obra-prima capaz de lançar a economia americana rumo à estratosfera. No entanto, os economistas advertem: a experiência britânica pós-Brexit deve servir como lição de cautela para os rumos atuais da economia dos EUA.

As recentes mudanças na política tarifária norte-americana causaram um verdadeiro abalo no sistema global de comércio. E os impactos serão profundos, garantem os especialistas. Segundo eles, tanto no caso americano quanto no britânico, as reações econômicas têm raízes comuns: descontentamento com a globalização, resistência à imigração e o declínio do setor industrial.

Após o referendo do Brexit em 2016, muitos previam um colapso da economia britânica. No entanto, a recuperação global ajudou a dobrar o crescimento das exportações do Reino Unido, atingindo 5%. Além disso, longas e meticulosas negociações com a União Europeia ajudaram a manter as condições comerciais e evitaram uma recessão imediata. Ainda assim, um choque interno persistente não pôde ser evitado, ressaltam os analistas.

Antes da votação do Brexit, o crescimento do consumo das famílias britânicas caiu de 4% para apenas 1,5%. O investimento empresarial sofreu um golpe ainda mais duro: despencou de 9% para zero. Diante desse cenário, o Banco da Inglaterra teve que cortar juros e retomar o afrouxamento quantitativo para tentar reanimar o PIB.

Esse processo lento, mas estrutural, de deterioração econômica é, segundo o JPMorgan, a principal lição que os Estados Unidos deveriam absorver da trajetória britânica.

Mesmo que os EUA escapem de uma recessão técnica, os especialistas alertam que o país provavelmente enfrentará uma desaceleração gradual no crescimento econômico, nos investimentos e na produtividade, tal como ocorreu com o Reino Unido.

O choque comercial americano não provocará necessariamente uma crise, ponderam os analistas. O verdadeiro risco, afirmam, está na erosão lenta e difícil de reverter do potencial econômico — um risco amplificado pela retórica oficial que insiste em apresentar o atual regime tarifário como o alicerce de uma nova era de "excepcionalismo americano".

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