Waller, do Fed, sinaliza possível corte de juros ainda em 2025
Uma declaração de destaque veio de Christopher Waller, membro do Conselho de Governadores da Reserva Federal, que demonstrou confiança de que o banco central dos EUA poderá cortar as taxas de juros ainda este ano. Segundo ele, os dados econômicos mais recentes sustentam essa perspectiva.
Na avaliação de Waller, o impacto inflacionário das tarifas comerciais implementadas pelo então presidente Donald Trump tende a não se prolongar, o que abriria espaço para uma atuação mais decisiva da Reserva Federal por meio de cortes de juros em 2025.
“Se a inflação subjacente se aproximar da meta de 2%, o emprego permanecer estável e as tarifas continuarem baixas, serei favorável a cortes de juros por ‘boas notícias’ ainda este ano”, afirmou Waller.
Ele destacou os avanços recentes no combate à inflação e reforçou que o mercado de trabalho norte-americano continua robusto. Isso oferece ao Fed “mais tempo para observar como evoluem as negociações comerciais e a economia”, antes de tomar uma decisão sobre as taxas de juros, acrescentou.
As declarações de Waller vieram poucos dias após a divulgação do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) — a medida de inflação preferida pelo Fed —, que indicou uma tendência de desaceleração em abril, embora os preços subjacentes ainda permaneçam acima da meta anual de 2%.
Ainda assim, a incerteza em relação ao cenário econômico dos EUA segue elevada, especialmente diante das medidas tarifárias agressivas defendidas por Trump. As tensões entre EUA e China voltaram a se intensificar, abalando a confiança dos investidores em um acordo comercial duradouro entre as duas maiores economias do mundo.
Waller observou que, até o momento, a economia americana tem sido relativamente pouco afetada pelas tarifas de Trump. No entanto, alertou que esse cenário pode mudar nos próximos meses, caso medidas tarifárias mais amplas sejam implementadas. Ele concluiu que isso poderia impor custos elevados às empresas domésticas, pressionar salários e reacender pressões inflacionárias.