As autoridades chinesas têm adotado uma postura de notável moderação, conclamando os Estados Unidos a buscar o compromisso e a promover um comércio mutuamente benéfico. Segundo He Lifeng, vice-premiê do Conselho de Estado da China, a essência das relações comerciais e econômicas entre Washington e Pequim deve ser pautada pela reciprocidade e ganhos compartilhados.

A China demonstra preferência clara por uma cooperação econômica com os EUA e não deseja entrar em uma guerra comercial — embora, como frisou He Lifeng, esteja preparada para responder caso seja necessário. Representando a delegação chinesa nas atuais negociações com Washington, ele reforçou que o caminho do diálogo é o único que pode trazer vantagens reais para ambos os lados.

“A cooperação entre China e Estados Unidos resulta em benefícios mútuos, enquanto o confronto acarreta perdas para todos”, afirmou He. Ele também destacou que não há vencedores em uma guerra comercial e reiterou que, apesar de a China não buscar o conflito, não hesitará em defender seus interesses se for provocada.

A mais recente rodada de consultas comerciais e econômicas entre os dois países ocorreu entre os dias 9 e 10 de junho, em Londres. A delegação chinesa foi liderada por He Lifeng, enquanto os representantes americanos incluíam o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o representante de Comércio dos EUA, Jameson Greer.

Na avaliação de He Lifeng, as divergências devem ser resolvidas por meio de diálogo em condições de igualdade e com foco no benefício mútuo. Ele sublinhou que a China tem conduzido as negociações com sinceridade e princípios claros, e pediu a Washington que atue para promover o desenvolvimento estável e de longo prazo das relações econômicas e comerciais — um passo essencial para impulsionar a prosperidade econômica global.

O atual modelo das consultas comerciais entre os dois países foi estabelecido após uma rodada anterior realizada em Genebra, entre 10 e 11 de maio, quando ambas as partes concordaram em reduzir parcialmente as tarifas recíprocas, que à época ultrapassavam os 100%.