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Política migratória rígida de Trump pode prejudicar o mercado de trabalho dos EUA

Política migratória rígida de Trump pode prejudicar o mercado de trabalho dos EUA

Especialistas tentam estimar os efeitos concretos da política migratória da Casa Branca sob Donald Trump sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos — e o cenário levanta sérias preocupações entre economistas. Para analistas do banco Wells Fargo, as medidas adotadas recentemente para conter a imigração já contribuem para a desaceleração na geração de empregos. A grande pergunta que paira no ar é: até onde essa tendência pode chegar?

Dados recentes mostram que o número de trabalhadores estrangeiros nos EUA encolheu em 150 mil nos últimos quatro meses — um contraste marcante em relação ao mesmo período de 2024, quando houve um acréscimo de 186 mil.

Essa reversão coincide com uma queda de 88% nos cruzamentos de fronteira em relação ao ano anterior e com o encerramento de vias legais temporárias de entrada no país. Apesar de o ritmo médio de deportações ainda se manter próximo ao observado durante o governo Biden, o aumento nas detenções por questões migratórias sugere que uma intensificação nas expulsões pode ocorrer nos próximos meses.

A repressão migratória gerou ondas de protestos em várias cidades americanas, com manifestações em Los Angeles, Chicago, Nova York e outros grandes centros urbanos. A imigração tornou-se um tema central na agenda política, especialmente porque imigrantes sem documentos e aqueles com vistos temporários representam uma parcela expressiva da população e da força de trabalho dos EUA.

Segundo os analistas do Wells Fargo, o fluxo migratório no pós-COVID foi essencial para aliviar o déficit de mão de obra no país, especialmente em setores como agricultura, construção civil e serviços. Agora, com a imigração praticamente estagnada e o crescimento populacional doméstico em ritmo lento, os gargalos no mercado de trabalho tendem a se tornar estruturais. “As dificuldades de contratação, antes vistas como uma anomalia pós-pandêmica ou um fenômeno pontual do fim da década passada, passarão a ser tratadas como a nova normalidade”, avaliam.

Esse aperto na oferta de trabalho pode coincidir com uma possível retração na demanda por mão de obra. A estimativa do banco é que a taxa de desemprego atinja um pico de 4,5% em 2025. Em maio deste ano, os dados do payroll (NFP) já apontaram uma taxa de 4,2%.

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