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As stablecoins não representam uma ameaça para a Visa e a Mastercard, afirma Jefferies

As stablecoins não representam uma ameaça para a Visa e a Mastercard, afirma Jefferies

O universo dos pagamentos entrou de cabeça na onda dos stablecoins — e nomes de peso como Amazon e Walmart estariam estudando a criação de suas próprias moedas digitais. Para alguns entusiastas, esse movimento representa uma ameaça existencial para gigantes como Visa e Mastercard. Mas, segundo o banco Jefferies, o entusiasmo está longe da realidade. Na visão dos analistas, não há casos de uso viáveis em larga escala, e a adoção do consumidor segue como um grande obstáculo.

Os analistas da Jefferies afirmam que não veem os stablecoins como uma ameaça real às operações da Visa e da Mastercard, minimizando assim os rumores sobre uma possível revolução iminente no setor de pagamentos.

As declarações vêm após notícias de que Amazon e Walmart estariam cogitando não apenas lançar seus próprios stablecoins, mas até formar um consórcio de varejistas para criar um token compartilhado. O objetivo seria reduzir as taxas cobradas pelas redes de cartão e aumentar o controle sobre os pagamentos.

Embora, na teoria, os stablecoins prometam baixar custos, acelerar liquidações e até oferecer programas de fidelidade mais eficientes, a Jefferies vê pouca chance desses projetos saírem do papel.

Os analistas avaliam que a proposta de valor para os varejistas é clara — com taxas de aceitação mais baixas —, mas não conseguem identificar o que motivaria o consumidor a mudar, ressaltando que o apego dos consumidores aos métodos tradicionais de pagamento costuma ser consistentemente subestimado.

Se Amazon e Walmart realmente lançarem seus próprios tokens, eles devem seguir o modelo de carteiras digitais fechadas, como o REDcard da Target, só que em versão cripto. Ainda assim, a Jefferies duvida da adesão em massa dos consumidores norte-americanos a stablecoins emitidas por grandes redes de varejo.

O relatório explica que, para que as stablecoins substituam os cartões, seria necessário oferecer descontos agressivos — o que anularia qualquer economia para o lojista — ou apresentar uma utilidade radicalmente superior.

Mesmo quando se trata de pagamentos internacionais — uma das promessas dos stablecoins —, a Jefferies acredita que não há vantagens reais de custo ou velocidade em relação aos sistemas tradicionais de câmbio entre moedas fortes. Afinal, a conversão para moedas fiduciárias segue sendo necessária em ambos os casos.

Os analistas concluem que o stablecoin é apenas o trilho por onde circula a liquidez e que a moeda fiduciária continua sendo necessária para que o pagamento chegue à conta bancária do destinatário final.

Apesar da euforia no setor, o banco acredita que Visa e Mastercard continuam seguras em sua liderança. O fator decisivo, no fim das contas, será a adoção pelo consumidor — algo que, segundo a Jefferies, é extremamente difícil de conquistar.

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