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Economia do Reino Unido se recupera no primeiro trimestre após estagnação em 2024

Economia do Reino Unido se recupera no primeiro trimestre após estagnação em 2024

A economia britânica finalmente teve seu momento de destaque. Diversos especialistas, de forma independente, confirmaram o forte crescimento registrado no Reino Unido no primeiro trimestre de 2025.

Segundo analistas do ING, a atividade econômica ganhou ritmo nos primeiros meses do ano, como mostrou a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB). Mas eles alertam que não há espaço para complacência: tempos desafiadores ainda estão no horizonte.

Dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido confirmaram que o PIB do país avançou 0,7% no primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores. Em comparação anual, a economia britânica cresceu 1,3%.

O resultado impressiona, principalmente considerando que o Reino Unido praticamente não teve crescimento na segunda metade de 2024. De acordo com os analistas do ING, a economia “voltou à vida” após um longo período de estagnação. “Seria esse o efeito Trump? Talvez, mas apenas em parte. Nos primeiros três meses de 2025, a produção industrial subiu 0,8%, com destaque para o setor de equipamentos de transporte — principal item exportado para os Estados Unidos —, que respondeu pela maior parte da expansão,” apontaram.

O cenário, porém, mudou em abril, quando entrou em vigor a política comercial imprevisível do presidente americano Donald Trump, incluindo tarifas generalizadas. Nesse contexto, o PIB britânico recuou 0,3% no mês, queda superior à previsão de 0,1%.

Liz McKeown, diretora de estatísticas econômicas do órgão britânico, explicou que, após quatro meses de alta, abril registrou a maior retração mensal já observada nas exportações britânicas de bens para os EUA, acrescentando que quase todas as categorias de produtos sofreram queda com a implementação das novas tarifas.

Diante desse quadro, o Banco da Inglaterra decidiu manter a taxa básica de juros em 4,25% ao ano. Enquanto isso, a inflação subjacente, em maio, permaneceu elevada, em 3,4%, muito acima da meta oficial de 2%.

O banco central projeta que a taxa de juros chegue a 3,7% até setembro e se mantenha próxima de 3,5% até o final do ano. Anteriormente, o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, afirmou que o aumento recente da inflação “elevou a incerteza sobre as perspectivas de alta de preços.” Ele também chamou atenção para sinais de fraqueza no mercado de trabalho.

Bailey destacou que, nos últimos meses, surgiram evidências crescentes de excesso de oferta, principalmente no mercado de trabalho. Segundo ele, ainda há incertezas quanto ao equilíbrio geral entre oferta e demanda na economia.

Apesar do cenário misto, há uma notícia positiva: a confiança dos empregadores na economia doméstica atingiu o nível mais alto em nove anos. As empresas estão mais otimistas quanto às perspectivas do país. O Barômetro Empresarial do Lloyds subiu um ponto, alcançando 51, maior marca desde novembro de 2015. Trata-se do desenvolvimento mais encorajador após a queda registrada em abril, quando Trump anunciou fortes aumentos tarifários — medidas que, mais tarde, acabaram suspensas.

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