Muitos membros da comunidade internacional estão alarmados e temem consequências graves com a adoção das tarifas pelos Estados Unidos. Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), expressou preocupação semelhante. Segundo ela, em 2026, o comércio global poderá enfrentar sérios problemas devido às tarifas implementadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sendo necessário lidar com os efeitos dessas medidas.

De acordo com a chefe da OMC, os impactos negativos do aumento das tarifas de importação norte-americanas são praticamente inevitáveis para a maioria dos países, e o mundo deve começar a sentir essas consequências já no próximo ano. Okonjo-Iweala ressalta que o endurecimento da política aduaneira dos EUA deve afetar de forma significativa o comércio internacional em 2025, especialmente em função das compras antecipadas realizadas entre janeiro e junho — antes da entrada em vigor das novas tarifas da Casa Branca.

Ao longo do tempo, o efeito negativo dessas tarifas sobre a economia global tende a se intensificar. Quando os estoques de mercadorias se esgotarem, o comércio internacional poderá sofrer uma queda acentuada devido à política aduaneira mais rígida dos EUA. “Isso deve ficar bastante evidente no ano que vem”, acrescentou a diretora-geral da OMC.

Com o aumento das tarifas, diversos países recorreram à OMC para registrar reclamações contra a estratégia aduaneira norte-americana, destacando-se principalmente China e Canadá, cujos produtores têm enfrentado dificuldades em razão das tarifas elevadas. Em resposta a essas reclamações, Donald Trump adiou por 90 dias a imposição de tarifas mais altas à China, postergando a data-limite para 10 de novembro de 2025. Entretanto, caso não haja acordo entre as partes ou não seja firmado um novo pacto comercial, especialistas avaliam que Washington deve aplicar imediatamente as tarifas rigorosas sobre produtos chineses.