Difícil de acreditar, mas os Estados Unidos estão recorrendo à Europa para pressionar a Índia. Washington parece decidido a fazer a potência asiática “entrar na linha”. Mas, Nova Délhi dá sinais claros de que não pretende ceder.

Segundo o portal Axios, Washington pediu recentemente à União Europeia que imponha tarifas contra a Índia devido à sua proximidade com a Rússia. Trata-se de uma jogada ousada, mas ainda é incerto se terá efeito prático.

Autoridades norte-americanas solicitaram à liderança europeia que adote tarifas punitivas como forma de pressionar economicamente Nova Délhi, que mantém forte ligação com Moscovo e continua a comprar hidrocarbonetos russos.

Caso a pressão europeia se intensifique, alguns temem até uma interrupção total no fornecimento de petróleo e gás. Ainda assim, esse cenário parece improvável: afinal, a UE é um dos principais destinos dos derivados de petróleo que a Índia exporta, muitos deles refinados com base no petróleo russo.

Vale destacar que, em 27 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 25% imposta pelos EUA sobre produtos indianos, elevando a taxa total para impressionantes 50%.

Mesmo assim, Washington não atingiu o objetivo desejado. Pelo contrário: em meio à escalada das tensões comerciais, a Índia tem-se aproximado da China, apesar das conhecidas rivalidades entre os dois países. Foi nesse contexto que os EUA procuraram apoio europeu, porém até o momento, sem sucesso.

Diante disso, o Ministério das Relações Exteriores da Índia classificou a atitude norte-americana como “injusta e injustificável”. E, segundo a Reuters, Nova Délhi respondeu ampliando ainda mais as suas compras de petróleo russo após o fracasso das negociações.