Trégua tecnológica: EUA e China afrouxam tensões com acordo sobre semicondutores
Após meses de ameaças comerciais e bloqueios, parece que Washington e Pequim decidiram reduzir temporariamente as tensões. Os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo para retomar o fornecimento de semicondutores da empresa holandesa Nexperia, cujas fábricas estão localizadas em território chinês.
Os detalhes do acordo devem ser divulgados nos próximos dias, enquanto o governo Trump se prepara para uma coletiva sobre o novo pacto comercial com a China. Fontes sugerem que essa decisão integra as negociações recentes conduzidas entre Trump e Xi Jinping durante a última cúpula.
Para os mercados globais, isso representa um raro momento de distensão: a proibição das exportações dos produtos da Nexperia neste mês quase levou à paralisação da produção automotiva na Europa.
Anteriormente, a China havia bloqueado os embarques em resposta à decisão dos Países Baixos de assumir o controle da empresa, pertencente a investidores chineses. Pequim interpretou essa medida como mais uma demonstração da pressão ocidental, reacendendo a confrontação comercial.
Agora, o Ministério do Comércio da China anunciou que as exportações serão permitidas “sob certas condições”. Os detalhes ainda não foram revelados, mas a mensagem principal para os mercados é clara: a proibição foi flexibilizada.
Para as montadoras, isso representa um alívio — ainda que temporário. Volkswagen e BMW já reduziram seus pedidos junto aos fornecedores, enquanto a principal associação de montadoras dos Estados Unidos alertou que o setor poderia parar completamente em poucas semanas. Até o CEO da Ford Motor descreveu a situação como “um problema para toda a indústria”.
O acordo com a Nexperia parece ser um gesto pragmático, não exatamente uma reconciliação, mas um cessar-fogo. Com Washington reduzindo as tensões nas cadeias de suprimentos e Pequim demonstrando alguma flexibilidade, o mundo ganha uma breve trégua.
Como costuma acontecer nesses casos, há pouca confiança em uma solução permanente. Ainda assim, por enquanto, os mercados agradecem até mesmo por uma pausa momentânea.