A economia dos EUA deve se fortalecer, mas os riscos da IA e da inflação persistem
Analistas do Deutsche Bank projetam que a economia americana deve entrar em um período de estabilização a partir de 2026, após anos de volatilidade. A equipe liderada por Matthew Luzzetti destaca que vários ventos contrários — como a incerteza em torno da política comercial — estão perdendo força, enquanto fatores positivos começam a ganhar tração, incluindo cortes de impostos e redução de tarifas previstos no programa orçamentário do presidente Trump. Com isso, o banco espera que o PIB dos EUA acelere para 2,4% em 2026, mantendo um ritmo entre 2,0% e 2,25% nos anos seguintes.
Esse ambiente mais estável deve se refletir também no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego recuando após atingir o pico de 4,5%. Ainda assim, os analistas alertam que a adoção massiva da inteligência artificial segue como um risco importante, podendo afetar setores inteiros e pressionar os níveis de emprego. A inflação, embora mostre sinais de arrefecimento, deve permanecer acima da meta de 2% da Reserva Federal, sustentada pelo dinamismo da atividade econômica e por choques de oferta. Esse cenário pode levar o Fed a manter os juros inalterados no início de 2026.
Segundo o Deutsche Bank, o ciclo de cortes deve ser retomado apenas em setembro do próximo ano, após a possível substituição de Jerome Powell por um dirigente com postura mais dovish. Apesar de enxergar um quadro geral construtivo, o banco adverte para riscos crescentes: a possibilidade de recessão, a imprevisibilidade do impacto da IA sobre produtividade e emprego, além de preocupações do mercado com a independência do Fed e a estabilidade financeira dos Estados Unidos.