O euro e a libra esterlina permanecem dentro de uma faixa de consolidação antes de uma importante reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos. Espera-se que as autoridades mantenham as taxas de juros inalteradas enquanto aguardam maior clareza em relação à política comercial do governo Trump. Essa postura pode decepcionar o presidente e aqueles que esperam sinais mais diretos sobre os próximos passos do banco central norte-americano.

A política agressiva de tarifas sobre bens importados está minando a confiança dos consumidores, que agora se preparam para um possível aumento nos preços ao consumidor e para um enfraquecimento das condições do mercado de trabalho. No entanto, dados recentes mostram que a inflação desacelerou em março, e a taxa de desemprego permaneceu estável em abril. Ao mesmo tempo, o PIB dos EUA caiu no primeiro trimestre deste ano, após um forte crescimento no quarto trimestre de 2024.

Autoridades do Fed têm enfatizado publicamente que, apesar de um nível incomumente alto de incerteza, a política monetária continua bem posicionada, permitindo que o banco central siga com confiança seu duplo mandato de máximo emprego e estabilidade de preços.

Espera-se também que as autoridades reafirmem que a incerteza no atual ambiente continua elevada, e que o Fed está preparado para agir — ou não — conforme necessário para cumprir ambos os aspectos de seu mandato.

A decisão sobre a taxa de juros do Fed será anunciada nesta noite, seguida por uma coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell. Os investidores acompanharão atentamente para ver se Powell repetirá, como já fez várias vezes, que os formuladores de política monetária "não têm pressa" para ajustar as taxas.

Atualmente, os mercados futuros precificam um corte de 25 pontos-base na reunião do Fed de 29 e 30 de julho, com mais dois ou três cortes esperados até o final do ano. Já os economistas esperam apenas dois cortes a partir de setembro.

No comunicado pós-reunião, é provável que as autoridades mantenham a taxa básica dentro da faixa de 4,25%–4,5% e repitam a linguagem da declaração de 19 de março, observando que permanecem atentas aos riscos de ambos os lados de seu mandato duplo. Pequenas alterações podem surgir no primeiro parágrafo do comunicado, que descreve as condições econômicas. Como mencionado anteriormente, a contração do PIB no primeiro trimestre — impulsionada pelas importações — pode impedir o comitê de afirmar que a atividade econômica geral continuou a expandir a um ritmo sólido.

A expectativa é que Powell se oponha a cortes nas taxas. No entanto, autoridades como o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, e a governadora Adriana Kugler expressaram preocupações de que as expectativas de inflação possam enfraquecer. Ainda assim, com o sólido crescimento salarial de abril, os motivos para cortes nas taxas perdem força. As autoridades do Fed podem mais uma vez se apoiar nos sinais de robustez do mercado de trabalho para justificar uma postura de espera, já que a geração de empregos em abril superou as expectativas e o desemprego se manteve em torno de 4,2%.Além disso, os formuladores de política monetária deverão reinterar que a incerteza em torno das perspectivas econômicas aumentou ou permanece elevada.

É difícil prever como o mercado reagirá a tudo isso. Porém, se os comentários de Powell tiverem um tom mais dovish, o dólar poderá encontrar suporte.

Quadro técnico do EUR/USD:

Quanto ao panorama técnico atual do EUR/USD, os compradores devem mirar o nível de 1,1379. Apenas um rompimento acima desse patamar permitiria uma tentativa de avanço até 1,1415. A partir daí, o par poderia atingir 1,1453, embora seja desafiador sem o apoio de grandes players. O alvo final seria a máxima de 1,1487. Caso ocorra uma queda, espero uma atuação mais significativa dos compradores apenas na região de 1,1341. Se não houver interesse nesse ponto, seria prudente aguardar um teste da mínima de 1,1305 ou considerar posições longas a partir de 1,1269.

Quadro técnico do GBP/USD:

Quanto ao panorama técnico do GBP/USD, os compradores da libra precisam reconquistar a resistência mais próxima em 1,3365. Só então o par poderá mirar 1,3399, nível acima do qual um rompimento será desafiador. O alvo final seria a região de 1,3437. Se o par recuar, os ursos tentarão retomar o controle a partir de 1,3335. Se tiverem sucesso, um rompimento dessa faixa causaria um impacto significativo nos compradores e empurraria o GBP/USD para a mínima de 1,3301, com potencial de extensão até 1,3260.