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14.05.2025 05:51 PM
O mercado está mudando as regras do jogo

Não vá contra a maré. Segundo dados do Federal Reserve e do Goldman Sachs, investidores individuais detinham cerca de US$ 35 trilhões em ações dos EUA no final de 2024, representando aproximadamente 38% de todo o mercado acionário americano. Assim, quando os índices acionários dos EUA entraram em território de baixa no início de abril e o S&P 500 perdeu US$ 6,6 trilhões em valor de mercado, esses investidores fizeram o que aprenderam ao longo dos últimos 15 anos: aproveitaram a queda para comprar. A recuperação de 17% no mercado de ações foi impulsionada por essa movimentação coletiva — seguindo a orientação da Casa Branca.

Dinâmica do índice de ações dos EUA

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As oscilações do S&P 500 observadas em abril e maio normalmente só ocorrem em períodos de crise. Desta vez, no entanto, a crise foi artificialmente fabricada. As tarifas agressivas impostas pela Casa Branca — as mais altas desde o início do século XX — alimentaram os temores de uma recessão iminente nos Estados Unidos. Agora, o JPMorgan abandonou sua previsão de recessão e revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB. Juntamente com o Goldman Sachs e o Barclays, o banco também adiou as expectativas de flexibilização monetária pelo Fed do período entre julho e setembro para dezembro. Eles fariam isso se realmente acreditassem que a economia americana estivesse à beira de um colapso?

A ganância voltou ao mercado acionário. A Yardeni Research afirma que os investidores têm vantagem sobre Donald Trump, forçando o presidente a "dançar conforme a música", e elevou sua meta para o S&P 500 de 6.000 para 6.500 até o fim do ano. Anteriormente, a empresa havia rebaixado sua previsão duas vezes — agora, declara que pode mudar de opinião com a mesma frequência que o ocupante da Casa Branca muda de postura. Para não ficar para trás, o Goldman Sachs também elevou sua estimativa para o S&P 500, projetando 6.100 pontos até o final de 2025, citando tarifas mais brandas e um cenário econômico mais robusto.

Rumores de que a Coinbase — uma das principais corretoras de criptomoedas — será incluída no S&P 500 impulsionaram suas ações. Soma-se a isso a retomada das compras de aeronaves Boeing pela China e a declaração de Donald Trump de que a Arábia Saudita pretende investir um colossal US$ 1 trilhão na economia americana. Esses fatores adicionaram combustível à recuperação. Após o alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o mercado acionário precisava de um novo motor de crescimento — e o encontrou.

Dinâmica da inflação nos EUA

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Apesar da desaceleração da inflação nos EUA em abril e dos novos apelos da Casa Branca para que o Fed reduza as taxas de juros, o S&P 500 se aproximou de sua máxima histórica. A diferença atual é de modestos 4,4%, e muitos investidores, embalados pelo otimismo recente, sonham com um novo recorde. No entanto, especialistas fazem um alerta: um mercado em que as regras mudam constantemente é extremamente arriscado. Grande parte das boas notícias já está incorporada aos preços das ações — o momento de "vender o fato" pode estar se aproximando rapidamente.

Tecnicamente, o gráfico diário do S&P 500 mostra um teste da resistência principal em 5.900 pontos. A recente retração permitiu que investidores realizassem lucros de posições compradas anteriormente, revertessem suas posições e iniciassem vendas. Um novo teste bem-sucedido dessa resistência poderia servir como sinal para novas compras no índice de ações de base ampla.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
© 2007-2025

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