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13.08.2025 04:07 PM
Commodities energéticas em destaque

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Uma nova onda de volatilidade tomou conta dos mercados globais, à medida que investidores em todo o mundo acompanham de perto as oscilações nos preços da energia — especialmente do petróleo e do gás natural — e as novas avaliações de importantes agências de análise.

Nesta quarta-feira, durante a sessão europeia, a atenção dos participantes permaneceu voltada para as perspectivas de produção, as tendências de demanda e o impacto de eventos geopolíticos, como a próxima cúpula entre os líderes da Rússia e dos Estados Unidos.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (NYMEX), os contratos futuros de gás natural para setembro mostraram resiliência, fechando a 2,81 dólares por milhão de unidades térmicas britânicas (MMBtu), praticamente inalterados em relação à sessão anterior. Ao longo do dia, o gás testou o limite inferior de suporte em 2,774 dólares e encontrou resistência em torno de 3,106 dólares por MMBtu. Os volumes de negociação aumentaram, o que pode sinalizar mudanças futuras no mercado.

Em meio à estabilidade dos preços do gás, o dólar americano enfraqueceu: o índice USD, que acompanha o desempenho da moeda frente a seis divisas principais, recuou 0,46%, para 97,48 pontos.

Outros importantes produtos energéticos também apresentaram movimentos negativos. Os contratos futuros do WTI para setembro caíram 0,7%, para 62,73 dólares por barril; o óleo de aquecimento recuou 0,67%, para 2,23 dólares por galão; e o Brent caiu 0,65%, para 65,69 dólares por barril, atingindo o menor nível em dois meses.

Em seu mais recente relatório mensal, a Agência Internacional de Energia (AIE) elevou significativamente sua projeção para o crescimento da oferta global de petróleo em 2025, estimando um aumento de 2,5 milhões de barris por dia (bpd), 400 mil bpd a mais que a previsão anterior. O principal fator foi a decisão de oito membros da OPEP+, sob limites voluntários de produção, de ampliar a oferta em mais 547 mil bpd em setembro. Desde abril, os integrantes do cartel vêm aumentando gradualmente a produção para reverter totalmente os cortes implementados em 2023.

Apesar do cenário positivo pelo lado da oferta, a AIE reduziu sua previsão de crescimento da demanda global, projetando um avanço de 680 mil bpd — abaixo da estimativa anterior de 700 mil bpd. A agência destacou que a atividade de consumo continua fraca nas principais economias, enquanto as expectativas de demanda para países em desenvolvimento, como China, Brasil, Egito e Índia, foram revisadas para baixo.

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A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) prevê que o preço médio do petróleo Brent poderá cair para 50 dólares por barril no início de 2026, devido ao aumento dos estoques em meio à expansão da produção pela OPEP+. A agência também revisou sua projeção para o preço do Brent em 2026, de 58 para 51 dólares por barril. A produção de petróleo dos EUA deve atingir o recorde de 13,6 milhões de barris por dia (bpd) em dezembro de 2025, antes de recuar gradualmente até o final de 2026.

A própria OPEP mantém um otimismo cauteloso, elevando sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2026 em 100 mil bpd, para 1,4 milhão de bpd, enquanto reduziu levemente a projeção de aumento da oferta de produtores fora do cartel.

A geopolítica segue no centro das atenções. Antes da próxima cúpula nos EUA, os ministros das Relações Exteriores da Rússia e dos Estados Unidos realizaram consultas de trabalho, enquanto o presidente da Ucrânia insiste na participação de Kyiv nas negociações. Paralelamente, segundo estimativas do API, os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram 1,5 milhão de barris na última semana, superando ligeiramente as expectativas do mercado.

A dinâmica do mercado indiano reforça a percepção de instabilidade global. A Nayara Energy, ligada à Rússia, enviou um carregamento de diesel para a China pela primeira vez desde 2021, em meio à pressão das sanções da União Europeia. As refinarias indianas têm recorrido cada vez mais a operações no mercado spot para se proteger de riscos de fornecimento vindos da Rússia.

As tendências do gás natural permanecem mistas. Embora os contratos futuros ainda apresentem potencial de queda, a última projeção da EIA indica um preço médio no mercado spot Henry Hub de 3,90 dólares por MMBtu no quarto trimestre de 2025, com alta para 4,30 dólares em 2026. Entre os fatores de sustentação estão níveis estáveis de produção e o crescimento das exportações norte-americanas de GNL. Adicionalmente, o aumento do consumo de eletricidade por centros de dados, bem como a demanda industrial e comercial, impulsiona o mercado de gás.

Diante do cenário atual, aumento da oferta de petróleo acompanhado de desaceleração da demanda, aliado à volatilidade no mercado de gás, os traders podem adotar estratégias tanto de baixa quanto de alta nesses instrumentos. Acompanhar de perto as publicações da IEA, EIA e OPEP, reagindo rapidamente às notícias, é fundamental para o sucesso nas negociações de energia. As oscilações de preços oferecem oportunidades para especulação de curto prazo, hedge de longo prazo e diversificação de portfólio.

Os contratos futuros de petróleo e gás, assim como outros derivativos do setor de energia, estão disponíveis para negociação aos clientes da InstaTrade. Mantenha-se atualizado com as principais notícias, utilize a plataforma da InstaTrade para acompanhar os últimos acontecimentos e aproveite ao máximo as novas oportunidades do mercado.

Andreeva Natalya,
Analytical expert of InstaTrade
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