Trump pressiona a UE por termos comerciais mais rigorosos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a agitar o cenário internacional — desta vez, exigindo que os líderes europeus endureçam as condições comerciais, numa reviravolta inesperada.
Fontes da Casa Branca informaram autoridades da União Europeia que Trump pretende solicitar novas concessões para fechar um acordo comercial, incluindo a imposição de uma tarifa-base de 15% sobre a maioria dos produtos europeus. Segundo analistas do The Wall Street Journal, essa exigência surpreendeu os negociadores do bloco, que vinham se preparando para lidar com uma tarifa de 10%. A mudança de postura levou a Alemanha — que inicialmente buscava um compromisso — a apoiar a linha mais dura defendida pela França.
Diante da declaração do presidente norte-americano, os Estados-membros da UE solicitaram à Comissão Europeia a elaboração de medidas de retaliação. Entre as propostas estão a introdução de tarifas sobre produtos dos EUA, restrições ao acesso a contratos públicos e a limitação de serviços digitais provenientes do lado americano.
Além disso, os representantes do bloco estão prontos para acionar o chamado instrumento anti-coerção, uma ferramenta especial da União Europeia que permite responder a pressões econômicas externas com contramedidas comerciais e de investimento.
Apesar da escalada das tensões, tanto Washington quanto Bruxelas ainda esperam chegar a um acordo antes do prazo final de 1.º de agosto. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, chegou a manifestar otimismo quanto às negociações. Contudo, diplomatas europeus mantêm uma visão mais cética. Para eles, caso o diálogo fracasse, todas as alternativas disponíveis implicarão custos elevados.
É importante lembrar que o volume diário de comércio entre os EUA e a União Europeia ultrapassa os 5 bilhões de dólares. Sem um entendimento, o impacto poderá ser severo, comprometendo não apenas as relações bilaterais, mas também o equilíbrio do comércio global.