Morgan Stanley revisa projeção de cortes de juros pelo Fed
Os analistas do Morgan Stanley, que até pouco tempo mantinham uma visão mais agressiva sobre a trajetória de juros, revisaram suas expectativas e atualizaram sua projeção para a política monetária dos Estados Unidos. O banco agora prevê dois cortes de juros pelo Federal Reserve até o fim de 2025, seguidos por mais quatro em 2026, motivados principalmente pela crescente preocupação com a fraqueza do mercado de trabalho norte-americano.
O banco afirmou em nota recente que revisou sua projeção anterior para incluir um corte de 50 pontos-base em 2025 e mais 100 pontos-base em 2026, o que deve levar a meta da taxa para a faixa de 2,75%–3,00%.
Os analistas já haviam destacado que a Reserva Federal está atenta aos riscos no mercado de trabalho, o que poderia exigir uma política menos restritiva. Os analistas acrescentaram que os dados de atividade econômica dos EUA mostram sinais de arrefecimento, embora a economia permaneça resiliente.
A mudança na projeção ocorreu após o depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, no qual reconheceu a fragilidade dos dados recentes de emprego. O relatório de folhas de pagamento de julho trouxe uma revisão negativa de 258 mil postos de trabalho. Além disso, a média trimestral de criação de vagas caiu para 35 mil no total e 52 mil no setor privado.
Antes do relatório, muitos membros do FOMC acreditavam que os riscos ainda se inclinavam para uma inflação persistente. No entanto, Powell deixou claro que o relatório de julho aumentou as preocupações com a demanda fraca por mão de obra”, observaram os analistas do Morgan Stanley.
Powell também ressaltou que a política monetária já se encontrava em território restritivo e que o equilíbrio de riscos poderia exigir ajustes, observando que o perfil de riscos em evolução poderia demandar uma recalibração da postura atual. Ainda assim, o Morgan Stanley não espera que o Fed inicie um corte abrupto de 50 pontos-base, a menos que os próximos dados do mercado de trabalho mostrem perdas significativas de empregos.
Diante desse cenário, o banco projeta agora dois cortes de 25 pontos-base em setembro e dezembro de 2025, seguidos de mais quatro reduções em 2026 — em março, junho, setembro e dezembro, também de 25 pontos-base cada. Antes, a projeção era de que a taxa dos fundos federais recuasse para 2,50%–2,75% até o fim de 2026, mas essa expectativa foi revista para cima.