EUA e China chegam a consenso sobre acordo comercial em meio a tensões tarifárias
Tudo começou, como de costume, com manchetes alarmantes. Os Estados Unidos e a China voltavam a se enfrentar por tarifas, fentanil e orgulho nacional. Parecia que a economia global estava prestes a entrar em pânico, como um corretor ao ver sua carteira de investimentos depois de um discurso do Federal Reserve. Mas, desta vez, o enredo terminou em abraços. Trump e Xi se encontraram, conversaram e decidiram que, já que a guerra comercial não estava rendendo frutos, era hora de declarar uma trégua.
Os analistas da Raymond James — um grupo cujos computadores só ligam ao ouvir a palavra “otimismo” — anunciaram que tudo estava em ordem. As suspensões de tarifas por 90 dias tornaram-se quase um ritual diplomático: a China pausa suas tarifas retaliatórias, enquanto os EUA aliviam a pressão.
Oficialmente, ambos os lados descrevem o gesto como um passo rumo à estabilidade. Na prática, porém, os EUA buscam desesperadamente garantir acesso aos elementos de terras raras da China — essenciais para tudo, de iPhones a carros elétricos, que sem eles viram apenas sucata de luxo. A China, por sua vez, cansada de ser “mestre dos materiais, mas não do marketing”, resolveu afrouxar o jogo e adotar o papel de bom vizinho.
Para o cidadão comum, a situação soa como uma briga doméstica: os EUA prometeram não aumentar tarifas, e a China se comprometeu a comprar algumas toneladas de soja, o suficiente para devolver o sorriso aos fazendeiros americanos. E tudo isso deve durar até a próxima crise, prevista para abril de 2026.
A ironia é que todos saem satisfeitos, mas ninguém acredita que isso vá durar. Por isso, o encontro foi classificado como “globalmente positivo”. Em um cenário em que otimismo significa apenas a ausência de novas brigas, esse já é um resultado digno de comemoração.