No fechamento de ontem, os principais índices de ações dos EUA encerraram em baixa. O S&P 500 caiu 0,50%, enquanto o Nasdaq 100 perdeu 0,50%. O Dow Jones Industrial recuou 0,38%.

As ações globais continuam em queda pelo quarto dia consecutivo, à medida que preocupações com altas avaliações e sinais mistos de funcionários do Federal Reserve sobre as taxas de juros afetaram o sentimento dos investidores. Os traders analisam os dados econômicos mais recentes e os comentários do Fed para tentar avaliar o rumo futuro da política monetária. A incerteza é aumentada por opiniões divergentes dentro do banco central quanto ao momento e à magnitude de possíveis cortes de juros. Alguns funcionários destacam a necessidade de avaliar mais dados antes de decidir, enquanto outros sugerem a possibilidade de uma flexibilização mais rápida da política.

O índice MSCI All Country World caiu 0,1%, registrando sua maior sequência de perdas em um mês. Os índices asiáticos recuaram 0,8%, a maior queda em setembro. As ações de empresas farmacêuticas despencaram após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 100% sobre medicamentos de marca ou patenteados. Os futuros do S&P 500 permaneceram praticamente estáveis, enquanto os futuros do Nasdaq 100 caíram 0,1%. Já os contratos europeus subiram 0,4%. O índice do dólar se manteve próximo a uma máxima de três semanas, e os rendimentos do Tesouro operaram em faixa estreita, mantendo a atenção dos investidores voltada para a medida de inflação preferida pelo Fed, que será divulgada hoje.

Após uma recuperação de US$ 15 trilhões nas ações globais desde as mínimas de abril, os traders agora enfrentam uma série de incertezas, já que novas manchetes sobre tarifas desestabilizam novamente os mercados. As próximas decisões do Fed, a temporada de resultados corporativos e a ameaça de um possível fechamento do governo dos EUA também pesam sobre o sentimento. O foco se volta agora para o relatório de inflação de sexta-feira, após os fortes dados do PIB dos EUA terem complicado a perspectiva de novos cortes de juros.

Os mercados de câmbio reduziram ligeiramente as expectativas de cortes de juros pelo Fed após a divulgação do PIB, projetando agora uma diminuição de cerca de 40 pontos-base até o final do ano. Divergências internas sobre a dinâmica das taxas aumentam a incerteza.

O governador do Fed, Steven Miran, afirmou que o banco central corre o risco de prejudicar a economia se não agir rapidamente para cortar os juros, discordando da decisão da semana passada de reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual e defendendo uma redução de 0,5 ponto. Sua colega, Michelle Bowman, destacou que a inflação está suficientemente próxima da meta do banco central, justificando um novo afrouxamento à medida que o mercado de trabalho enfraquece. Por outro lado, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, expressou preocupações contínuas com a inflação impulsionada por tarifas e rejeitou qualquer sugestão de cortes antecipados ou múltiplos.

Em outros mercados, o petróleo registrou seu maior ganho semanal em mais de três meses, em meio à pressão renovada de Trump sobre os compradores de energia russa. O ouro negociou pouco abaixo de sua máxima histórica, registrando a sexta semana consecutiva de ganhos.

Perspectiva técnica para o S&P 500:

Hoje, o principal objetivo para os compradores será romper a resistência mais próxima em US$ 6.616. Isso abriria caminho para um crescimento adicional e um possível movimento até US$ 6.630. Além disso, manter-se acima de US$ 6.648 ajudaria a fortalecer a posição dos touros. No lado negativo, se o apetite por risco diminuir, os compradores devem defender o nível de US$ 6.603. Um rompimento abaixo desse patamar poderia rapidamente empurrar o instrumento para US$ 6.590 e abrir caminho para US$ 6.577.