Dólar atinge pior desempenho inicial de governo desde 1973 sob Trump
O dólar americano enfrenta uma queda acentuada, e o presidente Donald Trump parece alheio à gravidade da situação. Para muitos analistas, a própria Casa Branca teria desempenhado um papel ativo no enfraquecimento da moeda. Com o dólar sob forte pressão, o cenário ainda pode piorar.
De acordo com a Bloomberg, a gestão Trump lidera a pior performance do dólar em mais de meio século. Nos primeiros 100 dias de seu segundo mandato, a volatilidade dos mercados e o declínio do dólar marcaram um dos piores inícios presidenciais para a moeda desde 1973.
Entre 20 de janeiro e 25 de abril de 2025, o índice do dólar (DXY) despencou quase 9%, a queda mais acentuada registrada nesse período inaugural desde o governo Nixon, quando os EUA abandonaram o padrão ouro e adotaram o regime de câmbio flutuante.
Historicamente, os primeiros 100 dias de um novo presidente americano tendem a fortalecer o dólar. Entre 1973 e 2021, a média de valorização no período foi de +0,9%. No entanto, a guerra comercial agressiva promovida por Trump inverteu essa tendência, levando os investidores a se afastarem de ativos denominados em dólar.
O movimento de aversão ao risco redirecionou o capital para ativos alternativos, impulsionando o ouro e fortalecendo moedas como o euro, o franco suíço e o iene japonês — todas com ganhos em torno de 8% frente ao dólar no mesmo intervalo.
A pressão se intensifica com a percepção de que a agenda política de Trump aumenta o risco de recessão nos EUA, ao mesmo tempo em que reacende temores inflacionários. Com isso, o mercado começa a precificar a possibilidade de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve, embora ainda sem uma data definida.
Até meados de abril, veículos financeiros internacionais já relatavam que a imprevisibilidade das decisões da Casa Branca vinha assustando investidores globais, muitos dos quais agora evitam completamente ativos denominados em dólar.