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13.05.2025 03:31 PM
Sorte Grande: Índices disparam após acordo EUA-China

Bingo! Ninguém poderia ter imaginado um desfecho tão positivo da reunião entre os EUA e a China — nem mesmo nas fantasias mais otimistas. A redução das tarifas de importação dos EUA de 145% para 30%, e das tarifas chinesas de 125% para 10%, desencadeou uma verdadeira comemoração entre os investidores otimistas do S&P 500. O índice amplo registrou seu melhor desempenho em um mês, ficou a um passo de fechar no azul em 2025 e agora está a apenas 5,6% do recorde histórico de fevereiro. Estaríamos prestes a ver novas máximas históricas?

O Goldman Sachs acredita que sim e, por isso, elevou sua projeção de 12 meses para o índice amplo de 6.200 para 6.500 pontos, argumentando que o pior já passou. Não haverá recessão nos EUA, as ações continuarão subindo e a recente fase de incerteza está ficando para trás. De fato, o acordo com a China foi decisivo para os Estados Unidos: a tarifa média de importação americana caiu para 12% — um nível que, segundo os analistas, não é alto o suficiente para empurrar a economia para o abismo.

Dinâmica da receita tarifária dos EUA

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Tudo parece seguir conforme o plano de Donald Trump. Os índices acionários continuam em alta e, apenas em abril, os Estados Unidos arrecadaram um recorde de US$ 16,3 bilhões em tarifas. Desde o início do ano fiscal, em outubro, as tarifas já adicionaram US$ 63,3 bilhões ao orçamento federal — US$ 15,4 bilhões a mais do que no mesmo período de 2023/2024.

O medo praticamente desapareceu dos mercados financeiros, como mostra o índice de volatilidade VIX, que caiu ao menor nível desde março, assim como a relação put-call do S&P 500, no patamar mais baixo desde fevereiro.

Dinâmica do índice VIX

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Tudo que vem dos Estados Unidos voltou à moda: ações, títulos, o dólar e os ativos das "Sete Magníficas" estão sendo comprados rapidamente. Ao que parece, os investidores se esquecem de que as tarifas já causaram impactos na economia americana. Analistas da Bloomberg preveem um esfriamento do mercado de trabalho até maio e uma aceleração da inflação até junho. O risco de estagflação ainda paira no ar — o que traz à tona a grande questão: até que ponto o Fed irá cortar os juros?

Após o acordo entre EUA e China, os mercados futuros reduziram suas apostas em flexibilização monetária de 75 para 56 pontos-base — agora precificando dois cortes nas taxas em 2025, abaixo dos quatro projetados no fim de abril. O início do ciclo de afrouxamento também foi adiado: de julho para setembro.

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Acredito que o impulso gerado pelo arrefecimento das tensões comerciais provavelmente já foi precificado. Para que o S&P 500 continue em alta e atinja novos recordes, serão necessários novos catalisadores. Um possível motor? Uma nova rodada de estímulos fiscais, como cortes de impostos. Até lá, o índice pode entrar em uma fase de consolidação.

No gráfico diário, o S&P 500 segue em tendência de alta, estendendo a recuperação dentro de sua trajetória de longo prazo. As posições compradas iniciadas em 5.655 e 5.695 se mostraram oportunas e lucrativas — seu desempenho futuro dependerá de um teste da resistência em 5.900. Um rompimento validaria a ampliação das posições compradas; já uma rejeição nesse nível pode indicar reversão e abrir espaço para operações de venda.

Marek Petkovich,
Analytical expert of InstaTrade
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